a tinta vermelha..

o doce aroma de uma xícara de chá,
na tarde fria e convidativa,
mistura-se ao papel e à caneta.

meus lábios tocam lentamente a borda da xícara,
num beijo calmo..
um gole..outro gole..
e o chá se entrega sem pudor.

minha mão quente
pelo toque ao redor da fina porcelana,
vacila.. mas enfim,
coloca a caneta entre os dedos
e desfere um só golpe no papel ainda virgem:
eu te amo.

o chá esfria..
a noite chega..
e agora eu sou tua.

by Sol

meu coração ainda sorri

 

a tarde de ontem me trouxe uma doce surpresa..

hoje,

não poeto sobre a espera,

mas sobre o encontro..

não poeto sobre o frio da solidao,

mas sobre o calor de um abraço..

e muito menos sobre  noites sem luar,

mas sobre o sol em todo o seu explendor..

poucas horas?

não importa o tempo..

by Sol


foto retirada de  http://visboo.com/colorful-high-speed-water-figures.html

até a última lágrima..

entro no seu carro.

jogo minha bolsa no banco de trás..

tiro meus sapatos..

troco o cd do rádio..

e olho pra vc.

acaricio sua mão ao volante..

sua nuca..

seus cabelos..

meus dedos percorrem seu rosto..

vc olha pra mim,

e me beija.

e quando nossos olhos se encontram,

ah!

quando se encontram..

o carro e a música param,

pra ouvirem o nosso som.

.......................................

e eu continuo cantando,
cada vez mais alto...

até fazer vc chorar..
de amor!

by Sol

em tempos de estiagem

estacionei meu carro logo ali

e fiquei à tua espera.

não tinha pressa..

eu nunca tive pressa.

entre uma música e outra..

um pensamento e outro..

continuei ali,

enquanto minhas mãos brincavam com meu cabelo

e meus pés descalços roçavam o tapete

como se fosse o teu corpo..

posso descrever

com riqueza de detalhes

a sinuosidade do teu corpo..

final da espera.

começo da busca.

 

by Sol