
é como eu estou me sentindo hoje...
Enfaixei meu desejo como os pés das chinesas antigas. Desde pequenino, envolto nas tiras apertadas de mistério.
De madrugada, eu ouvia os ossos trincando, sentia o dorso do desejo se arquear, buscando ser no espaço mínimo. Ao tentar andar, tropeçava. Correr? nem pensar. Desejava asas com seus delicados pés curvos, miniaturas de pássaros, pequenas estruturas circulares.
Como uma árvore bonsai, que desde cedo moldam, contendo-lhe o caule, podando-lhe as raízes, meu desejo está plantado em um vaso ornamental, belo e exótico, cheio de significados e insólitas metáforas, como os pés das chinesas antigas...
Um comentário:
Caramba!
Que post lindo! Mas tão triste!!!
Solzinha, tire as ataduras dos pés cansados, minha amiga.
Deixe-os sentir a grama molhada, a areia, a terra quente....
Tenho certeza que ainda é tempo!
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