quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

o sino


O sino da minha aldeia,
Dolente na tarde calma,
Cada tua badalada
Soa dentro de minha alma.

E é tão lento o teu soar,
Tão como triste da vida,
Que já a primeira pancada
Tem o som de repetida.

Por mais que me tanjas perto
Quando passo, sempre errante,
És para mim como um sonho.
Soas-me na alma distante.

A cada pancada tua,
Vibrante no céu aberto,
Sinto mais longe o passado,
Sinto a saudade mais perto.

...Fernando Pessoa...

3 comentários:

Marcos de Sousa disse...

Linda poesia.

Beijos

José Leite disse...

Feliz Natal com muita poesia e felicidades mil...

Suely Ribella disse...

Belíssimo post!
Bj!