quinta-feira, 3 de novembro de 2011

mistério..


às vezes,
enquanto a minha inspiração dorme em algum lugar,
encontro poemas que ficam acordados,
apesar do tempo.
....................

Há vozes dentro da noite que clamam por mim,
Há vozes nas fontes que gritam meu nome.
Minha alma distende seus ouvidos
E minha memória desce aos abismos escuros
Procurando quem chama.

Há vozes que correm nos ventos clamando por mim.
Há vozes debaixo das pedras que gemem meu nome
E eu olho para as árvores tranqüilas
E para as montanhas impassíveis
Procurando quem chama.

Há vozes na boca das rosas cantando meu nome
E as ondas batem nas praias
Deixando exaustas um grito por mim
E meus olhos caem na lembrança do paraíso
Para saber quem chama.

Há vozes nos corpos sem vida,
Há vozes no meu caminhar,
Há vozes no sono de meus filhos

E meu pensamento como um relâmpago risca
O limite da minha existência
Na ânsia de saber quem grita.

..Adalgisa Nery (1948)..

6 comentários:

Anônimo disse...

Olá,

Vozes que são ditas em silêncio sempre falam mais alto.

Teu bom gosto ao escolher esse poema surpreende, sabia?

Ótima 5ª feira para você!

Mari@ disse...

"E meu pensamento como um relâmpago risca
O limite da minha existência
Na ânsia de saber quem grita"

Muito linda mesmo a poesia belo post. bjs

Luna Sanchez disse...

O silêncio grita em cantos improváveis, néam, Sol?

Tão bonito isso, denso.

Gostei muito.

Um beijo, querida.

Unknown disse...

Sinto medo quando minha inspiração vai embora, ela não me diz quando vai voltar. Mas o seu post me reanimou, sabe? Algo tão belo e envolvente. parabéns.

Magia da Inês disse...

♡°
º✿
º° ✿✿♡°
Olá, amiga!
Essas vozes que sempre chamam é a inspiração da poetiza.
Bom fim de semana.
Beijinhos.
Brasil
º✿
º° ✿✿♡°

Álvaro Lins disse...

Excelente escolha:)!
Bjo