domingo, 4 de abril de 2010

Pergunto-te onde se acha a minha vida


Pergunto-te onde se acha a minha vida.
Em que dia fui eu. Que hora existiu formada
de uma verdade minha bem possuída

Vão-se as minhas perguntas aos depósitos do nada.

E a quem é que pergunto? Em quem penso, iludida
por esperanças hereditárias? E de cada
pergunta minha vai nascendo a sombra imensa
que envolve a posição dos olhos de quem pensa.

Já não sei mais a diferença
de ti, de mim, da coisa perguntada,
do silêncio da coisa irrespondida.

Cecília Meireles

Um comentário:

Ianê Mello disse...

Olá, querida Sol!

Quero agradecer todas as carinhosas visitas e comentários.

Belo poema!

Não repare a ausência, tenho andado atrapalhada.

Muita paz e luz, minha amiga!

Grande beijo.