quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

noite

As casas fecham as pálpebras das janelas e dormem.
Todos os rumores são postos em surdina,
Todas as luzes se apagam.

Há um grande aparato de câmara funerária
Na paisagem do mundo.

Os homens ficam rígidos,
Tomam a posição horizontal
E ensaiam o próprio cadáver.

Cada leito é a maquete de um túmulo.
Cada sono um ensaio de morte.

No cemitério da treva
Tudo morre provisoriamente.

..Menotti Del Picchia..

3 comentários:

Nilson Barcelli disse...

Uma bela escolha poética.
Não conheço nada do autor, mas gostei imenso deste poema.
Solange, obrigado por teres voltado. Já quase não me lembrava de ti. Não sei o que nos aconteceu, mas a verdade é que nos perdemos um do outro...
Tem um bom resto de semana, querida amiga Solange.
Beijo.

Existe Sempre Um Lugar disse...

olá, poema lindo, os homens ficam rígidos na horizontal, assim como as mulheres, é uma sintonia.
AG

Suely Ribella disse...

Sol... Aproveitando a insônia pra te visitar...
Bem escolhidos os versos de outros autores!
E a madrugada segue...
Logo amanhece...
Tenha um belo e bom dia!
Bjs.